A enchente do Rio Tocantins, que inundou a cidade de Imperatriz, a 626 km de São Luís, já obrigou mais de 100 famílias a sair de suas casas. Até o momento, segundo a Defesa Civil, 63 pessoas estão desabrigadas e outras 60 ficaram desalojadas.
O nível do Rio Tocantins subiu mais de 2 metros no fim de semana, chegando à marca de 7 metros e 60 centímetros acima do normal.
De acordo com o superintendente da Defesa Civil de Imperatriz, Josiano Galvão, a medição é feita por meio de uma régua, na qual o número zero significa que o leito do rio deve ter, em média, um nível entre 9 a 10 metros. No caso do Rio Tocantins, atualmente, o nível está sete metros acima do zero e isso significa que o leito do rio subiu, em média, 17 metros.
“Temos uma régua telemétrica que disponibiliza o nível do Rio Tocantins. Temos uma regra de zero e isso significa que o nível é zero quando o leito do rio na maior parte tem, em média, um nível entre 9 a 10 metros. Abaixo de zero o nível do leito cai e acima de zero o nível das as margens do leito automaticamente também aumentam. No caso, atualmente, estamos sete metros acima do zero e isso significa que o leito do rio sobe em média para 17 metros”, disse o superintendente Josiano Galvão.
A cheia que acontece praticamente todos os anos é reflexo das chuvas na cabeceira do rio, no estado de Goiás, e ao longo do estado do Tocantins. A Defesa Civil preparou três abrigos provisórios na cidade.
A dona de casa Jane Leide precisou levar a família para um deles, já que foi surpreendida com a água dentro de casa. “Ficamos todo mundo atento porque tava enchendo e o rio tá enchendo demais da conta. Aí nós tinha que ficar na alerta porque senão é capaz de perder as nossas coisas. A gente já não tem nada e as coisinhas que a gente tem aqui aí perder na água do rio aí fica difícil”.
Defesa Civil preparou três abrigos provisórios na cidade de Imperatriz para receber os desabrigados pela enchente do Rio Tocantins — Foto: Reprodução/TV Mirante
Horas depois de deixar a casa, o comerciante Geraldo Batista voltou para conferir como está o imóvel. “Fico aqui certo porque vou em casa, vou lá onde tou aqui porque eu mudei pra casa de parente aqui e volto pra cá. Venho dá uma olhada. Vandalismo também acontece e aí a gente tem que se precaver pra essas coisas”.
Na avenida que dá acesso ao Porto da Balsa, em Imperatriz, que agora está encoberta pela água, só é possível chegar às casas em alguma embarcação. Com medo de furtos, alguns moradores ignoram os riscos e permanecem nas casas invadidas pela enchente.
Mesmo com todos os alertas da Defesa Civil, o aposentado Simão Serafim alimenta a esperança de que dessa vez o nível do rio não demore a baixar. “Não tem nem a soma do que eu já perdi. Eu tenho muito apego por ela (casa)”.
Ruas estão encobertas pela água e só é possível chegar às casas em alguma embarcação — Foto: Reprodução/TV Mirante
Os bombeiros ajudam na remoção das famílias e alertam os ribeirinhos. O comandante do Corpo de Bombeiros de Imperatriz, tenente-coronel Isael Chaves, ressalta que há riscos de afogamentos, contato com a rede elétrica e doenças causadas pela poluição da água.
“Além do risco de afogamento, há o risco de alguma fuga de corrente elétrica que não tenha sido desligada e o risco relacionado à poluição da água naquela área que pode causar também doença na pessoa que entrar”, explicou o tenente-coronel Isael Chaves.
Corpo de Bombeiros de Imperatriz ajudam na remoção das famílias e alertam os ribeirinhos — Foto: Reprodução/TV Mirante
fonte: G1 Maranhão