A Ferrovia Carajás foi desinterditada após vários dias de protesto realizado por indígenas da etnia Gavião da Terra Indígena Mãe Maria, no estado do Pará.
A interdição, que durou quase uma semana, havia paralisado o transporte de cerca de seis mil passageiros e também afetado o escoamento de minério de ferro.
Apesar da desinterdição, a circulação do trem de passageiros continua suspensa neste final de semana (15 e 16 de março) para inspeção da via e manutenção.
A previsão é de que as viagens sejam retomadas na segunda-feira (17/03), conforme informado pela mineradora Vale.
Protesto e reivindicações indígenas
O protesto ocorreu no trecho entre os municípios de Bom Jesus do Tocantins e Marabá, no Pará. Segundo os manifestantes, a mineradora Vale teria ultrapassado os limites de atuação na área, invadindo cerca de 500 metros de Terra Indígena Mãe Maria.
A área em questão é vital para a subsistência das 32 aldeias da região. A manifestação é parte de uma série de reivindicações que datam desde a construção da ferrovia, na década de 1980, quando a Terra Indígena foi homologada em 1986.
A Vale, responsável pela operação da ferrovia, afirmou que cumpre integralmente todas as obrigações acordadas com as associações indígenas e homologadas pelo Poder Judiciário.
A mineradora também destacou que está aberta ao diálogo com a comunidade e o Poder Público. No entanto, a empresa ressaltou que respeita o direito à manifestação, desde que não interfira na mobilidade das pessoas ou nas atividades empresariais, nem ameace a segurança das pessoas.
Reembolso de passagens
Devido à interdição, diversas viagens precisaram ser canceladas. Para os passageiros afetados, a Vale disponibilizou a opção de remarcação de passagens ou reembolso do valor pago, com prazo de até 30 dias para solicitação. Mais informações podem ser obtidas através do canal Alô Vale (0800 285 7000).
A Ferrovia Carajás realiza viagens de trem entre São Luís (MA) e Parauapebas (PA), transportando em média 1.500 passageiros por viagem.
FONTE: PORTAL O INFORMANTE