Ex-gerente dos Correios no MA é condenado por forjar assaltos para roubar mais R$ 400 mil da agência em que trabalhava

Um ex-gerente de uma agência dos Correios foi condenado pelo crime de peculato, após desviar cerca de R$ 425 mil da agência em que trabalhava, na cidade de Sambaíba, no interior do Maranhão. Segundo a Justiça Federal, o homem forjou três assaltos entre os anos de 2014 e 2015, para poder se apropriar do dinheiro.

Na sentença, a Justiça Federal condenou o ex-gerente a três anos e oito meses de reclusão, que foram convertidos em prestação pecuniária de dois salários mínimos e serviços comunitários, além do pagamento de reparação no valor do montante desviado.

Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), que denunciou o homem à Justiça, nos boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil do Maranhão, o então gerente alegou que teria sido abordado por assaltantes, em três ocasiões, e forçado a ir à agência dos Correios para entregar o dinheiro que havia no cofre, o qual ele tinha acesso.

Em dois dos supostos assaltos, o homem afirmou que seus familiares teriam sido ameaçados, enquanto os criminosos roubavam o dinheiro.

Porém, as investigações constataram que o sistema de videomonitoramento da agência dos Correios não registrava as imagens dos supostos crimes e o alarme também nunca disparava, pois antes dos assaltos sempre havia uma queda de energia.

Além disso, o então gerente sempre esquecia de programar o sistema de bloqueio ou retardo de abertura do cofre da agência, nos dias que precediam os supostos assaltos.

A denúncia do MPF ressaltou, ainda, que ninguém da família do réu presenciou a entrada de qualquer criminoso na casa dele, mesmo que, segundo o relato do ex-gerente, isso já houvesse acontecido por duas vezes.

Supostos assaltos

O primeiro assalto relatado pelo gerente teria acontecido no dia 12 de fevereiro de 2014, no horário de almoço do vigilante e de um atendente da agência, mas ninguém viu os três assaltantes rendendo o gerente e o conduzindo de volta à agência em plena luz do dia e em via pública.

Além disso, o homem só registrou o Boletim de Ocorrência do suposto assalto cinco dias depois.

De acordo com o relato do réu à Polícia Federal, o segundo assalto teria acontecido por volta da meia-noite do dia 20 de janeiro de 2015, quando ele teria sido abordado por três criminosos ao chegar em casa e levado à agência para sacar o dinheiro.

Na ocasião, um dos assaltantes teria ficado em sua residência com o objetivo de ameaçar causar mal à sua família (esposa e filhos), mas nenhum dos seus familiares soube do caso.

Entretanto, ao comunicar o mesmo fato à Polícia Civil do Maranhão, o acusado teria dito que estava dormindo em sua residência quando, por volta de 4h30, um homem bateu à sua porta pedindo dinheiro e que, pouco tempo depois, foi surpreendido por duas, e não mais três, pessoas armadas, que o teriam conduzido à agência. Ele afirmou que a terceira pessoa apareceu posteriormente e que um deles permaneceu em sua casa como forma de ameaça.

Mesmo que três dos infratores, de armas em punho e encapuzados, segundo o relato do gerente, tivessem feito o trajeto de sua residência até a agência dos Correios a pé junto com ele, a cena também não foi vista por nenhum vizinho ou morador da região.

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