Condenado por morte de adolescente, comerciante alega que vítima baleou sua esposa e cobrava ‘taxa’ contra roubos em Teresina

O comerciante Marcos Pereira da Silva, de 39 anos, condenado, na quarta-feira (20), a 12 anos de reclusão pelo assassinato de João Marcos da Silva Freitas, de 17 anos, alegou que a vítima baleou sua esposa no rosto, no dia anterior ao homicídio, e cobrava uma “taxa” para que seu comércio não fosse roubado.

João Marcos Freitas foi morto no dia 17 de maio de 2021, no bairro Promorar, Zona Sul Teresina. Segundo a denúncia, ele, que era cadeirante, estava empinando pipa na rua, próximo de casa, quando três homens em um carro se aproximaram e atiraram contra ele, que foi atingido por três disparos.

Durante o julgamento, na 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri, testemunhas relataram que havia animosidade entre o réu e a vítima porque, segundo a defesa, o adolescente integrava uma facção criminosa e era responsável por cobrar uma “taxa de segurança” do comerciante, que chegou a ser ameaçado por atrasos no pagamento.

“Ele era constantemente ameaçado pela vítima. Em um desses episódios ele [o adolescente] chegou a balear a frente da casa e do comércio. Em outro, na véspera do crime, o adolescente interrompeu o aniversário do filho dele, efetuou diversos disparos e um deles acabou atingindo a esposa dele”, explicou o advogado Eridan Fernandes.

Conforme o advogado, o comerciante levou a esposa para o hospital e os filhos do casal foram levados para casa de familiares. “Ele passou a noite com a esposa no hospital. No dia seguinte, foi em casa, tomou banho, foi ao supermercado e na volta se deparou com o adolescente que o provocou, nesse momento ele cometeu o crime”, afirmou Eridan Fernandes.

A defesa se baseou na “inexigibilidade de conduta adversa” e esperava pela absolvição ou que o crime fosse considerado homicídio privilegiado, quando a pena é reduzida devido ao crime ter sido cometido sob forte emoção e/ou provocação da vítima. “Ele não viu outra saída e, após a injusta provocação, acabou efetuando os disparos”, explicou Eridan Fernandes.

O comerciante estava respondendo em liberdade e o juiz Sílvio Valois Cruz Júnior concedeu a ele o direito de recorrer em liberdade também. A defesa informou ao g1 que já recorreu da sentença.

FONTE: G1 PIAUÍ

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