Nos primeiros 38 dias de 2025, o Brasil registrou 21 ocorrências de acidentes aéreos, resultando em 10 mortes. Todas as aeronaves envolvidas em fatalidades eram de pequeno porte e operavam no setor privado ou em atividades agrícolas.
Os dados foram extraídos do painel do Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), gerenciado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). No entanto, o acidente ocorrido na Barra Funda, em São Paulo, nesta sexta-feira, 7 que resultou na morte de duas pessoas carbonizadas, ainda não consta no sistema, uma vez que o registro só ocorre após a análise inicial do Cenipa.
A aeronave, um King Air F90 de matrícula PS-FEM, decolou do Aeroporto Campo de Marte às 7h15 com destino a Porto Alegre. A FAB (Força Aérea Brasileira) já acionou os investigadores do Seripa 4 (Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) para apurar as causas do acidente que deixou ainda cinco passageiros de um ônibus e um motociclista feridos.
Acidentes com pequenos aviões são os mais comuns
Historicamente, aeronaves de pequeno porte são as mais propensas a acidentes no Brasil, especialmente no setor agrícola, que inclui operações de reconhecimento e pulverização de agrotóxicos. O acidente fatal mais recente registrado pelo Sipaer ocorreu em 27 de janeiro, em Cruzília (MG), quando um avião de reconhecimento agrícola colidiu com o solo durante o pouso, resultando na morte de três pessoas.
No setor de aviação privada, o último acidente fatal ocorreu em 16 de janeiro, quando um helicóptero que decolou de São Paulo colidiu contra um grupo de árvores antes de atingir o solo. Dois passageiros morreram.
Ocorrências com aviões privados lideram
Nos últimos 14 meses, aeronaves listadas como privadas pelo Cenipa foram as mais envolvidas em acidentes. Dos 195 acidentes registrados nesse período, 71 ocorreram com aviões privados, resultando na morte de 54 pessoas. Em segundo lugar, estão os aviões agrícolas, com 68 ocorrências e 13 mortes.
Já a aviação comercial, embora registre menos acidentes, é a mais fatal. Isso se deve ao desastre com um avião da Voepass em agosto de 2024, que vitimou 62 pessoas. Nos últimos 14 meses, apenas dois acidentes foram reportados no setor comercial, com apenas esse resultando em mortes.